PRIMEIROS PASSOS EM DESK RESEARCH: pesquisando o contexto
Normalmente, quando iniciamos um curso na área de UX (User Experience/Experiência do Usuário), nos deparamos de cara com a tal da desk research ou, em bom português, a pesquisa de mesa.
Mas para que serve isso, afinal?
A desk research serve, basicamente, para você entender de forma mais profunda as questões trazidas pelo briefing. O briefing é o documento entregue pelo cliente — ou algum outro setor da sua empresa — que trará os principais objetivos do produto e/ou serviço e apontará problemáticas a serem tratadas no desenvolvimento do seu projeto ou pesquisa.
E eis que aí entra a desk research ;)
Pois, geralmente, o briefing virá com algumas lacunas e poderá, talvez, levar a elaboração do problema de uma forma equivocada. Note, dessa forma, que a desk research é feita ANTES da elaboração de qualquer tipo de protótipo ou teste de usabilidade! Pular essa parte pode ser perigosissímo para o sucesso do seu projeto.
Portanto, saber o contexto que determinado produto ou serviço se encontra é fundamental. Saliento alguns fatores chave para compreender esse contexto:
· Fator temporal: os dados obtidos são atuais? Afinal, o mercado de tecnologia é extremamente acelerado e algo relevante há 10 anos atrás pode não ser mais na atualidade — e vice-versa;
· Fator geográfico: em qual local o produto ou serviço está localizado? Em suma, o mercado de delivery, por exemplo, não é igual no Brasil, nos EUA ou na Europa, não é mesmo?!
· Fatores legais: o que a legislação diz a respeito de determinado serviço ou produto? Ou, dependendo do país que determinado produto ou serviço está sendo ofertado, pode haver restrições legais — por exemplo, faixa etária.
· Tempo: a desk research tem um tempo delimitado para ser realizada. Em geral, esteja preparade para realizá-la em poucas semanas — ou até dias. Afinal, o objetivo não é produzir uma dissertação ou uma tese, não é mesmo?! :p
Dessa forma, podemos definir a desk research como uma pesquisa realizada a partir de outras pesquisas. Ou, dizendo de outra forma, uma pesquisa secundária. Isso poupa muito tempo e dinheiro, já que não precisamos reinventar a roda a todo momento. Porém, uma preocupação ESSENCIAL que devemos ter é utilizar fontes confiáveis de pesquisas e informações. Eis algumas dicas de fontes confiáveis:
· Dados oficiais de governo: no caso do Brasil, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e o IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) são ótimos exemplos.
· Instituições de ensino: as universidades produzem pesquisas das mais variadas temáticas que podem nos ajudar na desk research.
· ONG’s dedicadas à pesquisa: um exemplo é a Our World in Data.
· Dados da sua própria empresa: utilize pesquisas já realizadas ou dados de outros departamentos.
· Google Trends: ótimo para entender o comportamento das pessoas usuárias e ver tópicos mais buscados.
· Mídia: reportagens e entrevistas são sempre interessantes. Contudo, verificar sempre se o veículo de mídia é confiável.
Após realizada a pesquisa e obtido os dados, o objetivo agora é entender em qual grau tais dados reforçam ou não as hipótese das problemáticas a serem tratadas lá no briefing.
Resumindo, o problema faz sentido? Há ajustes a se fazer?
Vá fundo. Compare os dados e defina a relevância de cada um. Por fim, é importante que você formalize as suas análises e compartilhe as suas conclusões com as outras pessoas da sua equipe e de demais áreas da empresa.
Ficou com alguma dúvida? Tem alguma sugestão? Crítica? Complemento?
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[Texto escrito como exercício lúdico de aprendizado em UX Design]